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Fraud as a Service (FaaS): descubra o que é essa tendência da cibercriminalidade

O Fraud as a Service (FaaS) é uma tendência perigosa e as empresas precisam se preparar para prevenir ataques por esse tipo de cibercriminosos.

No cenário cada vez mais complexo da segurança digital, um fenômeno vem ganhando destaque como um dos maiores desafios para empresas e instituições ao redor do mundo: o Fraud as a Service (FaaS).

Trata-se de um modelo de negócio criado por criminosos cibernéticos, que oferecem ferramentas e serviços especializados para a realização de fraudes de forma profissionalizada. Este artigo explora o conceito de FaaS, seu funcionamento, os riscos associados e as estratégias para prevenção.

O que é Fraud as a Service (FaaS)?

Inspirado no conceito de Software as a Service (SaaS), onde ferramentas tecnológicas são oferecidas na nuvem como serviços sob demanda, o FaaS aplica esse modelo ao mundo do crime digital. Plataformas especializadas, muitas vezes acessadas na dark web, disponibilizam kits de phishing, malwares, credenciais roubadas, e até mesmo suporte técnico para fraudes.

Essa modalidade permite que criminosos com pouco ou nenhum conhecimento técnico tenham acesso a recursos avançados para ataques. Em muitos casos, os serviços são vendidos em planos mensais ou anuais, tal como em uma assinatura de streaming, reduzindo barreiras de entrada e ampliando o alcance das atividades fraudulentas.

Como o FaaS funciona?

O FaaS é um ecossistema bem estruturado, dividido em várias camadas:

1. Plataformas de venda

Na dark web, marketplaces oferecem kits prontos para diversas fraudes, desde falsificação de identidade até invasões sofisticadas em sistemas corporativos.

2. Produtos e serviços disponíveis

Kits de phishing: incluem páginas falsas de bancos, e-commerces e outros serviços populares.

Malwares personalizados: programas desenvolvidos para roubar dados, criptografar sistemas (ransomware), ou espionar dispositivos.

Dados e credenciais roubadas: acesso a logins, senhas e informações bancárias capturados em ataques anteriores.

Suporte técnico: alguns serviços oferecem tutoriais, atendimento 24/7 e atualizações dos kits para evitar detecção.

3. Preços e modelos de negócio

Os custos variam de acordo com a sofisticação do serviço. Um kit básico de phishing pode custar cerca de US$ 50, enquanto serviços personalizados de ransomware podem ultrapassar milhares de dólares.

Por que o FaaS é tão perigoso?

O modelo de negócios do FaaS potencializa o impacto da cibercriminalidade em vários níveis:

  • Escalabilidade: criminosos com diferentes níveis de habilidade podem realizar ataques em larga escala.
  • Facilidade de acesso: serviços amigáveis reduzem as barreiras técnicas para iniciantes no mundo do crime.
  • Redução de custos: o compartilhamento de recursos diminui os gastos individuais com desenvolvimento e infraestrutura.

Além disso, as plataformas de FaaS são difíceis de rastrear e eliminar devido à natureza descentralizada e anônima da dark web.

Setores mais afetados pelo Fraud as a Service

Diversos setores têm sido alvo frequente do FaaS, destacando-se:

  • Instituições financeiras: fraudes envolvendo cartões de crédito e acessos bancários são os principais alvos.
  • E-commerce: ataques de credential stuffing e uso de bots para roubo de dados são comuns.
  • Empresas de tecnologia: violação de sistemas e roubo de propriedade intelectual têm aumentado.
  • Pequenas empresas: com menor investimento em segurança, estas se tornam alvos fáceis.

Principais exemplos de atividade FaaS

Ataques de ransomware como serviço (RaaS):

Redes criminosas vendem malwares de ransomware para terceiros, que os utilizam para sequestrar dados de empresas em troca de resgate.

Falsificação de identidade em escala

Serviços especializados criam perfis falsos com documentos reais para acesso a benefícios ou abertura de contas fraudulentas.

Phishing automatizado

Criminosos utilizam kits que enviam e-mails em massa, com páginas clonadas de instituições renomadas, direcionando vítimas a fornecerem dados sensíveis.

Como combater o Fraud as a Service?

Dada a sofisticação do FaaS, a prevenção requer estratégias multifacetadas:

Tecnologias avançadas

IA e machine learning: monitoramento de padrões anômalos em tempo real.

Biometria: sistemas baseados em biometria de voz e facial dificultam fraudes de identidade.

Educação e conscientização: Treinamentos regulares para funcionários e campanhas públicas ajudam a reduzir o impacto de golpes como phishing.

Colaboração entre setores

Parcerias entre governos, empresas e órgãos internacionais são cruciais para combater as redes criminosas.

Monitoramento contínuo

Investir em ferramentas que rastreiem a dark web para identificar e mitigar possíveis ataques.

Legislação rigorosa

É essencial criar e atualizar leis para punir criminosos e desmantelar plataformas de FaaS.

O futuro do Fraud as a Service (FaaS)

Com o avanço das tecnologias e da inteligência artificial generativa, espera-se que o FaaS continue evoluindo, tornando-se mais difícil de detectar. Exemplos como deepfakes para falsificação de identidades e novas formas de ransomware ilustram que a luta contra este modelo criminoso será constante e desafiadora.

Para as empresas, é imprescindível manter-se à frente, combinando inovações tecnológicas com políticas eficazes de segurança. A conscientização também desempenha um papel essencial: compreender o funcionamento do FaaS é o primeiro passo para proteger dados e sistemas em um ambiente digital cada vez mais ameaçador.

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